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NO ESTADO DE SÃO PAULO, CHANCE DE ADOLESCENTE SER ASSASSINADO É DE 85%!

Um estudo realizado pelo recém-criado Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, aponta que quase 7 mil adolescentes, entre 15 e 19 anos foram assassinados nos últimos dez (10) anos no estado de São Paulo.

Os dados do estudo realizado pelo referido Comitê, que é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontaram que a probabilidade de um adolescente morrer vítima de um homicídio em São Paulo é 85% maior do que um adulto de 30 anos ou mais. Entre as faixas etárias analisadas, os adolescentes aparecem com mais risco de serem assassinados.

Em 2017, 623 meninos e meninas nessa faixa etária (entre 15 e 19 anos) tiveram suas vidas interrompidas. Em 2008, primeiro ano que a pesquisa aborda a taxa de homicídios de jovens, os assassinatos de jovens na faixa etária de 20 a 29 anos, era superior a de adolescentes, (população entre 15 e 19 anos) e de adultos. A taxa de homicídios de jovens, segundo a pesquisa, caiu 36% no período até 2017. Já a de homicídios de adolescentes variou 2,4%, sendo que em 2017 foi maior do que era em 2008, e a maior taxa entre os três grupos que a pesquisa analisou (crianças e adolescentes, jovens e adultos).

Segundo ainda os dados do estudo, apesar do estado de São Paulo ter conseguido reduzir a taxa de homicídios da população em geral, não conseguiu diminuir o número de assassinatos entre adolescentes. No período analisado, a taxa de homicídios na faixa etária entre 15 e 19 anos por 100 mil habitantes passou de 19,1 para 19,6.

ADOLESCENTES NEGROS ASSASSINADOS

O estudo do Comitê revela uma questão bastante polêmica no nosso país: o racismo. Ele aponta uma realidade onde a taxa de homicídios entre meninos dessa idade (15 a 19 anos) em 2017 era de 35,5 mortes por 100 mil, e a de meninas era de 3,1 mortes por 100 mil. No entanto, o dado referente a adolescentes negros era de 23,5 mortes por 100 mil e a taxa de homicídios de adolescentes brancos era de 13,4 mortes por 100 mil. O estudo aponta, lamentavelmente, que a probabilidade de um adolescente negro ser vítima de assassinato é 75% maior do que um adolescente branco.

O mapeamento das mortes de adolescentes foi realizado em diversos municípios do estado. Porém, a capital concentra o maior número de mortes, totalizando 2.359, seguido por Guarulhos que registrou 355 assassinatos, Campinas com 195 e Osasco com 162. Essa é a dura vida de crianças, adolescentes e jovens negros e pobres que moram nas periferias da cidade e em municípios do estado mais rico do país. Até quando vamos conviver com a cruel realidade, onde nossos jovens, que são o futuro desse país e, portanto, deveriam ser protegidos pelo Estado, serem mortos? Basta! Temos de mudar essa drástica realidade.