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CIPÃO REGIONAL DO ABC: FORTALECER A ATUAÇÃO DO CIPEIRO NAS EMPRESAS!
Por Suely Torres
 
O nosso Sindicato Iniciou o Tradicional “Encontro de Trabalhadores Membros de CIPA’s”. Este ano, o formato dessa importante atividade será diferente: vamos realizar o CIPÃO REGIONAL, favorecendo uma maior e melhor participação dos Cipeiros nos debates, bem como um maior aprofundamento nos temas a serem expostos pelos palestrantes. O primeiro CIPÃO REGOINAL ocorreu no ABC, no dia 14 de março e contou com mais de 50 participantes, que discorreram sobre temas como as drásticas consequências das Reformas Trabalhista e Previdenciária; sobre a Medida Provisória 973 de Bolsonaro, que tem por objetivo o desmonte dos sindicatos; as ameaças a NR 12 e o papel dos Cipeiros na organização dos trabalhadores.
 
CHIQUINHO PEREIRA: BARRAR AS OFENSIVAS DO GOVERNO CONTRA OS INTERESSES DOS TRABALHADORES!
 
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(Fotos: Paulo Rogério "Neguita")
 
Antes de entrar nos temas de sua palestra, o presidente do nosso Sindicato, Chiquinho Pereira falou aos trabalhadores presentes no CIPÃO REGIONAL DO ABC sobre a importância da implantação de CIPA nas empresas do setor de panificação, pois, o histórico da categoria com relação aos acidentes de trabalho é vergonhoso e muito pesado. Pensar que centenas de trabalhadores e trabalhadoras perderam a mobilidade de parte do seu corpo como dedos, mãos e até braços por falta de segurança nas máquinas e equipamentos dos quais eles eram obrigados a manipular durante o exercício de suas funções nas empresas é uma coisa extremamente triste, pesada para todos nós. Por isso, é fundamental ter as CIPA’s funcionando para fiscalizar se realmente a NR 12 está sendo cumprida pelas empresas e orientar os trabalhadores quanto aos riscos à sua saúde e segurança.
 
A REFORMA TRABALHISTA, A MEDIDA PROVISÓRIA E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NÃO SÃO EM BENEFÍCIO DOS TRABALHADORES!
 
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As propostas apresentadas pelo governo têm como objetivo aplicar e desenvolver o novo modelo econômico em voga no mundo, o neoliberalismo. E para isso, no entendimento do governo, não pode haver intermediário entre patrões e trabalhadores, ou seja, os sindicatos. O que significa que, além de retirar mais direitos dos trabalhadores em favor dos interesses das empresas, retira as entidades de classe que possam amenizar o choque na relação capital e trabalho.
 
O que foi a Reforma Trabalhista concretamente? Acabar com os direitos e conquistas dos trabalhadores brasileiros e uma tentativa de sufocar, asfixiar os sindicatos para que entre os patrões e os empregados não houvesse a figura do Sindicato. Para que? Para que o trabalhador vire presa fácil do empregador. Como que ele vira presa fácil? Simples. Ou ele faz o que os patrões estão mandando ou será colocado no olho da rua.
 
O governo Bolsonaro, achando que a reforma trabalhista do governo Temer era pouco, com o argumento de que é preciso aprofundar, ainda mais, o que determina a nova Lei Trabalhista, editou a Medida Provisória 873, que na verdade de Reforma Trabalhista tem muito pouco e o pouco que tem é veneno para os trabalhadores, o que ele fez foi propor a reforma sindical, quando determina que não pode haver, de forma alguma, cobranças de contribuições seja mensalidade associativa, contribuição sindical ou a contribuição assistencial a não ser que isso seja feito através de boleto, o que fere o artigo 8º da Constituição, que garante a livre organização dos trabalhadores.
 
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A proposta de Reforma da Previdência é outra enganação. Bolsonaro e seu ministro da economia, que tem intensos vínculos com o capital financeiro – bancos e seguradoras – têm como principal objetivo acabar com o Sistema de Previdência Social Pública e colocar no lugar o Sistema de Previdência Privado, através da chamada Capitalização, onde o único responsável por contribuir com a aposentadoria será o trabalhador. Isso significa sair de cena a participação na contribuição o governo e as empresas, acabando com o regime de repartição como é hoje. Nós achamos que a reforma da previdência tem que acontecer, só não pode acontecer nos moldes que o governo está propondo. Ela tem que acontecer para acabar com os privilégios, pois não é justo e não é correto que juízes, funcionários do alto escalão do judiciário, parlamentares, militares, entre outros se aposentem com valores astronômicos, enquanto a esmagadora maioria dos trabalhadores se aposente com valores que não dá nem para comprar remédio.
 
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Não há nada nessas propostas de Reformas que tragam um único centavo de vantagem para os trabalhadores. Hoje, todos os poucos direitos que nós temos dentro do setor de panificação, confeitaria e outros segmentos foram direitos conquistados na luta, no trabalho, com greves, com prisões, com mortes, e assim por diante. E as empresas vendem isso como se fosse uma coisa delas como, por exemplo, quando você recebe uma proposta de trabalho de uma padaria, o que o patrão diz, “Se você vier trabalhar aqui, nós damos piso da categoria bem acima do salário mínimo, cesta básica, PLR, convênio médico, segura de vida, entre outros...”. E quem participa das lutas do nosso Sindicato sabe o quanto nós brigamos para conseguir isso. Isso é resultado dos Acordos e Convenções Coletivas que realizamos. Finaliza Chiquinho Pereira.
 
AS AMEAÇAS À NR 12 E O PAPEL DO CIPEIRO!
 
Para o Auditor Fiscal do Trabalho, Ricardo Silveira Rosa, a realização do CIPÃO todos os anos é muito importante, porque sozinho o ministério da economia (agora responsável pela pasta do trabalho, já que Bolsonaro acabou com o Ministério do Trabalho) não vai chegar a lugar nenhum. É importante a participação das CIPA’s, é importante a participação do Sindicato, é importante a participação de todo mundo que possa ajudar e estar envolvido na questão da Saúde e Segurança no ambiente de trabalho. O Sindicato tem o seu papel, não como inspetor do trabalho, pois não pode aplicar multa, mas ele pode debater e orientar a categoria, além de exigir do governo que as Normas Regulamentadoras, como a nossa NR 12 sejam cumpridas.
 
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Já para o professor de Sociologia Política, Erledes Elias da Silveira, ser Cipeiro é ter a honra de ser escolhido pelos votos dos seus companheiros de trabalho para uma atividade nobre, lutando pelo bem-estar das pessoas, que é a de colaborar para reduzir, o quanto possível, o número de acidentes no trabalho. É ter a missão de representar os trabalhadores na CIPA com o propósito de fazer todo o possível para corresponder à confiança e a expectativa desses trabalhadores. É cumprir com o seu papel, respeitando a dignidade dos colegas, dando o melhor exemplo no cumprimento das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança. É fazer o elo entre o Sindicato e a empresa.
 
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